Numerosas são as escolhas estilísticas que um ilustrador pode usar para criar movimento e ritmo em um álbum ilustrado.
A escolha das cores em um álbum nunca pode ser casual: cria foco, atmosfera, cor e distância. Mas cria também um tempo de leitura da imagem e um andamento: enquanto olhamos o álbum, somos contagiados e imersos em um ambiente dado pela própria ilustração e pelo deslizar de uma ilustração depois da outra, até a percepção de uma atmosfera do livro, com seu ritmo e tempo próprios.
Se o ilustrador decide jogar com fortes contrastes de cor entre uma ilustração e outra, o ritmo do álbum sofre naturalmente uma variação em relação com esta oposição.
Consideremos que estamos frente a uma alternância de imagens em preto & branco e a cores: de um lado temos imagens a alto contraste ou com graduações de cinza, claro-escuro, sombra e luz; do outro, estamos em um mundo de cores vivas e nítidas, tons e fusões, jogos de sobreposições e fantasias, em que cada cor tem um impacto e uma temperatura diferente.
Nesta passagem de um mundo P&B a um mundo a cores, em cada página entramos numa outra atmosfera, os tempos se dilatam e se restringem e a percepção desta mudança já cria um movimento.
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